Um barulho alto, contínuo, corta pelos seus sonhos. O som era grave, uma buzina, talvez. De qualquer jeito, não há mais como continuar dormindo (dormindo?). Sua cabeça dói, muito. Seu corpo está pesado, dolorido. Você se vira para lado, e então põe-se sentado. O som vai diminuindo de intensidade, até cessar por completo. Alguns segundos de silêncio segue, um alívio grande, talvez o maior alívio de sua vida. Ele porém é logo cortado, pelo som de algo eletrÔnico sendo ligado. Ao seguir o som com os olhos, você logo percebe uma TV, no canto do cômodo. Nela, um homem branco, com cabelo vermelho e longo, com uma mecha branca. Ele tem uma mão na boca, mas é possível ver seu sorriso por entre os dedos. Seu olhar era de interessado.
"Bom dia!"
E ele faz uma pausa, esperando uma resposta que sem dúvida não teria.
"Vejo que acordaram finalmente. Peço desculpas pela maneira como aconteceu, mas é que... estava ficando chato. Sério, muito! Hhahahaa..."
Sua voz era suave e doce, não afetava em nada sua dor de cabeça. Pelo contrário, talvez até a 'acalmava'.
"Meu nome é Gabriel Wynskinsky, e durante os próximos dias serei o 'organizador' do pequeno jogo que vocês todos irão jogar. Eu sinceramente espero que se divirtam, hahahahaah...
Oh, não não... não precisam se apresentar para mim. Eu sei tudo sobre vocês, tudo. Uhn, na verdade, a unica coisa que não sei é qual de vocês é o Kira. Mas, é claro, é isso que iremos descobrir nos próximos dias, certo?
Ah, antes que me perguntem porque estou falando no plural, sim, não estão sozinhos nesta casa. Cada um de você está em um quarto, porém existe ainda outros quartos na casa, cada um com um participante diferente, e todos vocês são suspeitos. Se olharem em cima da mesa, perto da porta, verão um caderno, negro. Claro, este não é o verdadeiro Death Note. Porém, tenho certeza de que o verdadeiro Kira trocará os cadernos na primeira oportunidade...
Indo direto ao jogo, bem... Se você não é o Kira, você terá que achar o verdadeiro. Caso você seja o Kira, terá que arranjar alguem para colocar a culpa. Simples, não? Hahahahaa... E não se preocupem, não mexi em suas coisas. Afinal, não ia ter graça se eu soubesse o final!
Basicamente, vocês ficarão presos nesta casa, sendo observados, até que o Kira tenha sido revelado, seja ele o verdadeiro ou não. Não serão privados de alimento nem higiene, portanto não se preocupem. Mas, é claro, não posso privar Kira de matar, não é mesmo?
Assim, durante o dia, algumas provas irão ocorrer:
1. Homework - Uma vez por dia, todos vocês deverão voltar à seus quartos e escrever um nome, não importando qual, em uma das folhas do caderno. Não é admissível não escrever por vontade própria. Se houver a oportunidade, você deverá escrever! Será a unica chance de Kira matar...
2. Cage - No entando, na mesma hora em que todos deverão voltar para o quarto, um ficará na sala principal. Ele será aprisionado, para que não se mova, durante o período em que os outros não estarão alí. Assim, ele não poderá escrever em seu caderno naquele dia.
3. Stray Sheep - Além disso, randomicamente, até 3 vezes por semana, um dos participantes será escolhido, tendo acesso aos quartos, consequentemente, à seu caderno. O que ele fará com esse previlégio é por conta dele. Ele só não pode tocar nos pertences pessoais dos outros participantes.
Não é permitido matar ninguem, a não ser pelo uso do Death Note.
Ah, vocês também só terão acesso à seus quartos na hora em que forem dormir, e quando o "Homework" começar, devendo sair dele logo em seguida. Ele ficará trancado. Não se preocupem, ninguem tocará em suas coisas.
Não há tempo limite para o final do jogo... vamos ir e ir o quanto quiserem, quem decide são vocês. Eu não tenho a mínima pressa. Portanto, não se desesperem! Aproveitem ao máximo sua estadia e, mais importante, divirtam-se...
Ao final dessa conversa, todas as câmeras serão ligadas, mas levará por volta de 15 segundos para que estejam funcionando totalmente. Será a unica vez em que não haverá ninguem olhando para vocês, aproveitem.
Mais explicações, caso seja necessário, eu darei mais pra frente. Até mais!"
E a TV se desliga. O silêncio domina. Não havia o que fazer, a não ser jogar.